sexta-feira, 17 de maio de 2013

Remar é preciso


Remar é preciso
Por Matheus Vieira

Em outro texto mencionei que viver é como navegar em um barco a vela. Muitos, por medo dos ventos, preferem deixar seu barco (sua vida) num lugar pacato, sem perigos nem desafios, como numa lagoa rasa. Eles não sabem que a vela no barco indica a necessidade de vento, de velejar e que isso não se faz numa lagoa. É preciso colocar o barco no mar para descobrir as infinitas possibilidades que ele oferece.

Todavia, essa é apenas uma das formas de entender o poema de Fernando Pessoa: “Deus ao mar o perigo e abismo deu, mas nele é que espelhou o céu”. Abismos e perigos, céu espelhado e tesouros naufragados.

Nesse sentido, muito do que tenho encontrado em minha prática me faz pensar que as pessoas sentam em seu barco a vela e deixam que o vento faça todo o trabalho. Se o vento está bom, agradecem. Se o vento está ruim reclamam. É o que eu chamo de “Síndrome do Coitado”. Com certeza vocês conhecem alguém assim: reclamam ou agradecem a tudo. Tudo o que acontece na vida dessas pessoas é porque algo de fora interferiu. A parte do coitado é porque normalmente se trata de reclamações.

Voltando ao barco: ora o vento está forte demais, ora fraco demais, ora na direção errada, ora não está ventando. Tentem visualizar a cena: uma pessoa num barco a vela querendo ir para o norte, mas o vento está soprando para o sul. Então essa pessoa senta, vê o barco se distanciando do objetivo e apenas reclama que o vento não ajuda!

E o que eu proponho, depois expor essa situação? Que nós devemos aprender a usar o remo e remar! Reclamar que a vida está ruim é cômodo - “As coisas estão difíceis por que a vida está de mal comigo, as coisas não dão certo para mim.” E por que não fazer com que ela dê certo? Ao invés de reclamar que o vento não está como gostaria, porque não desmontar a vela do barco e começar a remar? Dessa maneira você vai na direção que você quer e na velocidade que você consegue remar!

Percebam que dessa maneira acaba a “síndrome do coitado” e inicia um processo de se responsabilizar pelo que acontece (de bom e ruim) na vida. A vida está ruim? O que tenho que mudar para ela melhorar? O vento está ruim? Desmonte a vela e reme! A vida está boa? O que estou fazendo de certo para aprimorar? Posso remar na direção que desejo mais rápido? Posso aproveitar o vento?

Assim, se você está indo na direção certa é porque você direcionou seu barco assim. E se o vento for favorável, nada de errado em aproveitá-lo. Mas ter o remo no barco e reclamar do vento não é preguiça, é burrice!

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